Com ex e filha como testemunhas, Cupertino vai a júri. Veja como será
Julgamento de Paulo Cupertino Matias, acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais do jovem, começa nesta quinta (29/5)
atualizado
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Paulo Cupertino Matias é julgado por um júri popular, na manhã desta quinta-feira (29/5), pelas mortes do ator da novela Chiquititas Rafael Miguel, e dos pais do jovem, Miriam e João Alcisio Miguel. O julgamento estava previsto para começar às 10h, mas o sorteio dos jurados só ocorreu às 11h04 e o júri teve início às 11h30.
A sessão do júri, que acontece no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, terá a participação de sete jurados e tem previsão de durar dois dias, quando deverão ser ouvidas nove testemunhas.
Cupertino deveria ter ido a julgamento em 10 de outubro do ano ado, mas provocou a suspensão do primeiro júri após ter demitido seu advogado de defesa, Alexander Neves Lopes. O acusado tentou novamente adiar o júri desta quinta enviando uma carta de próprio de punho à Justiça, mas o pedido não foi acatado.
Durante o júri popular, será apresentada uma nova perícia, feita pelo Instituto de Criminalística no último dia 6 de maio.
Também arão por julgamento Eduardo Jose e Wanderley Antunes, acusados de terem ajudado a fuga de Cupertino.
Entenda como será julgamento
- O julgamento pelo Tribunal do Júri começa com o sorteio dos jurados: de uma lista de 25 nomes, sete são sorteados para compor o Conselho de Sentença.
- Os jurados sorteados fazem a leitura das peças principais do processo, para se inteirar do caso julgado.
- O Conselho de Sentença que decide sobre a condenação ou absolvição dos réus, cabendo ao juiz somente presidir os trabalhos, realizar a dosimetria da pena em caso de condenação e redigir a sentença.
- Após a leitura dos casos, começam as oitivas das testemunhas.
- Depois das testemunhas, começa a fase dos debates, quando representantes da Acusação, da Defesa e do Ministério Público expõem suas teses ao Conselho de Sentença.
- A fase dos debates funciona da seguinte forma: Primeiro, a Acusação tem a palavra. O promotor de Justiça Thiago Alcocer Marin, representando o Ministério Público, e a assistente de Acusação Maria Gorete Silva Carvalho terão a palavra por duas horas e meia.
- A seguir, será a vez da Defesa dos réus, por mais duas horas e meia. Se houver réplica do MP, o tempo é de mais duas horas para a Acusação e igual tempo para a tréplica da Defesa.
- Após os debates, o Conselho de Sentença se reúne na sala secreta para votar os quesitos e decidir sobre a condenação ou absolvição dos réus.
- A etapa final é a preparação da pena e leitura da sentença pelo juiz.
Quem serão as testemunhas
Neste julgamento, há nove testemunhas para serem ouvidas: uma de acusação; três comuns ao Ministério Público (MPSP) e ao réu, Paulo Cupertino; três de defesa de réu Paulo Cupertino e duas de defesa do réu Wanderley Antunes Ribeiro Senhora.
A acusação irá levar Maria Gorete Silva Carvalho, irmã de Miriam e tia de Rafael. Do lado das testemunhas comuns entre o MPSP e Cupertino, estão a filha de Cupertino, Isabela Tibcherani Matias, a ex-companheira de Cupertino e mãe de Isabella, Vanessa Tibcherani de Camargo, e a irmã mais velha de Rafael Miguel, Camila Patrícia Miguel.
As testemunhas de defesa de Cupertino são João Vitor Silva, Guiomar Cupertino Mathias e Maria Quitéria de Oliveira.
Já as testemunhas de defesa de Wanderley são Angela Evangelista de Souza e Wagner Santana Furtado.
Relembre o caso
O triplo assassinato aconteceu em 2019 em Pedreira, na zona sul da capital paulistana. De acordo com denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), Paulo Cupertino matou o ator Rafael Miguel, que na época tinha 22 anos, o pai dele, João Alcisio Miguel, de 52, e a mãe, Miriam Selma Miguel, de 50, porque não aceitava o namoro do jovem com a filha dele, Isabela Tibcherani, na época com 18 anos.
Os pais do ator estavam no local porque queriam conversar com Cupertino sobre o namoro dos filhos.
Segundo a denúncia, Cupertino disparou 13 vezes contra as vítimas. Ele foi acusado de triplo homicídio qualificado. Depois do crime, fugiu para Mato Grosso do Sul e, em seguida, para o Paraguai. O acusado foi preso na mesma região onde o crime ocorreu, escondido em um hotel, em maio de 2022.