Irã nega vazamento de radiação após ataques a instalações nucleares
Instalações nucleares do Irã foram atacadas na quinta-feira por Israel, que chamou a operação de ato “preventivo”
atualizado
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Os ataques de Israel contra instalações nucleares do Irã não provocaram vazamento de radiação, afirmou o governo iraniano. A informação foi divulgada pelo chefe da Organização de Energia Atômica do país, Mohammad Eslami, nesta sexta-feira (13/6).
Ataque “preventivo”
- Depois de diversas ameaças, Israel lançou o que chamou de “ataque preventivo” contra o Irã. O foco da operação foram instalações nucleares do país, assim como locais onde estavam líderes militares e cientistas nucleares.
- Ao longo da semana, a retórica militar entre os dois países aumentou. Há alguns dias, o governo iraniano afirmou que atacaria Israel caso seu programa nuclear fosse atingido.
- O principal objetivo da ação, segundo o governo israelense, é impedir que o Irã consiga construir uma arma nuclear.
- Como resposta à operação israelense “Leão Ascendente”, o Irã lançou um exército de drones contra o território de Israel.
Em um comunicado, Eslami confirmou que a usina de enriquecimento de urânio de Natanz foi atingida pelos bombardeios, mas somente a nível do solo.
“Felizmente, os danos ocorreram no nível do solo e não houve vítimas humanas”, disse o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã. “Também não houve vazamentos de radiação que pudessem causar preocupação à população.”
A informação contradiz a versão apresentada pelo governo de Benjamin Netanyahu. Em um comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram ter atingido áreas subterrâneas em Natanz, setores que abrigavam centrífugas e, por fim, destruído o centro de enriquecimento de urânio iraniano.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada a Organização das Nações Unidas (ONU), criticou os ataques contra áreas nucleares no Irã.
“Tenho afirmado repetidamente que instalações nucleares jamais devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias, pois isso pode prejudicar tanto as pessoas quanto o meio ambiente”, disse o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, em um pronunciamento na manhã desta sexta.
Ao invés de operações militares, Grossi apelou que as partes envolvidas apelem para a diplomacia no que diz respeito as discussões envolvendo o programa nuclear do Irã. Como por exemplo uma resolução adotada pelo Conselho de Governadores da agência, horas antes do ataque israelense, onde o regime iraniano foi acusado de não violar obrigações de não proliferação nuclear.