Selma Blair quer lançar linha de roupas para pessoas com deficiência
A atriz americana foi diagnosticada com esclerose múltipla em agosto de 2018
atualizado
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A atriz norte-americana Selma Blair tem vivido com os sintomas da esclerose múltipla, doença com a qual foi diagnosticada em 2018. Por causa da mobilidade afetada, ela tem circulado com uma bengala e confirmou por meio das redes sociais que tem dificuldade em tarefas simples do dia a dia. Toda a situação levou a artista a refletir sobre uma questão: a falta de roupas e peças de design para pessoas com deficiência.
Conhecida por filmes como Legalmente Loira (2001) e Segundas Intenções (1999), Selma disse à revista Vanity Fair que pretende usar sua influência para criar uma linha de roupas que atenda as necessidades de pessoas com deficiência. Para isso, quer aproveitar suas conexões com a indústria fashion.
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Selma vê a moda como uma questão de identidade. Em 2004, Karl Lagerfeld desenhou os dois vestidos de seu casamento com o músico Ahmet Zappa, que durou dois anos. Fotografada pelo próprio kaiser, ela estrelou uma campanha da Chanel em 2005.
Próxima de marcas como Marc Jacobs e Stella McCartney, a atriz chegou a desfilar em um show de Christian Siriano em fevereiro de 2018. Siriano é conhecido por criar looks para red carpets usados por celebridades que são recusadas por outros estilistas. Entre elas, Danielle Brooks, Laverne Cox e Leslie Jones.
“Eu gostaria de colaborar com alguém como Christian Siriano em uma linha para todos – não apenas pessoas que precisam de roupas adaptadas, mas todos que também querem conforto. Elas ainda podem ser chiques”, comentou na entrevista.




A esclerose múltipla faz o sistema imunológico atacar as células do sistema nervoso central, afetando a comunicação entre o cérebro e o corpo. A doença é mais comum em mulheres e costuma afetar pessoas entre 18 e 55 anos de idade. Apesar de não ter cura, o tratamento pode retardar o progresso da enfermidade e ajuda a combater os sintomas.
Aos 46 anos, Selma acredita que sofre com a doença há pelo menos 15 anos. Antes do diagnóstico, ela abusava das bebidas alcoólicas para aliviar as fortes dores que sentia. A esclerose afetou seus movimentos e agora ela convive com o gaguismo na voz. Além disso, tarefas simples, como deixar o filho na escola, a deixavam exausta.


Em outubro de 2018, a atriz revelou a notícia aos fãs por meio do Instagram. No post, falou sobre a limitação para usar os looks da série que estava gravando e agradeceu à figurinista Allisa Swanson por ajudá-la a se vestir.
“Pela graça de Deus e pelo poder e compreensão dos produtores da Netflix, tenho um emprego. Um trabalho maravilhoso. Eu estou desabilitada. Caio, às vezes. Deixo cair coisas. Minha memória é nebulosa. E meu lado esquerdo está pedindo direções de um GPS quebrado. Mas nós estamos fazendo isso”, escreveu.
https://www.instagram.com/p/BpKjP_7FnWQ/
Desde que ou a falar sobre a esclerose, a artista tem lido relatos no Instagram. “Eu realmente sinto que pessoas com deficiência são invisíveis para muita gente. Por que elas estão desconfortáveis, ou não têm energia para se vestir, não querem ser vistas…”, disse à Vanity Fair.
Para Selma, a rede social pode ir muito além de um mecanismo narcisista. Por lá, ela incentiva os fãs a não se envergonharem.
“Conheci muitas pessoas no Instagram que disseram que sempre tiveram vergonha de suas bengalas. Você quer ser parte dos vivos, não uma pessoa constrangedora que todos desviam do caminho porque estão enojadas. Uma bengala pode ser um grande ório fashion”, contou na entrevista.


O médico tem sido positivo para a atriz. Em entrevista ao programa Good Morning America, em fevereiro, ela contou que há até 90% de chances de seus movimentos voltarem ao normal em um ano.
Enquanto o plano de Selma não sai do papel, vale lembrar de outras iniciativas que já existem. A fast fashion britânica Asos criou uma linha de roupas para cadeirantes. Já a marca irlandesa Izzy Wheels cria aros coloridos para cadeiras de rodas. O objetivo da iniciativa é fazer o instrumento médico ser uma forma de autoexpressão.
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Colaborou Hebert Madeira