Caso Zambelli: Lindbergh volta a pedir que Bolsonaro use tornozeleira
Líder do PT entrou novamente na PGR para que Jair Bolsonaro use tornozeleira, para impedir eventual fuga após STF pedir prisão da deputada
atualizado
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O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou ao Metrópoles, nesta quarta-feira (4/6), que reforçará o pedido para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) use tornozeleira eletrônica. A nova ofensiva do petista ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar a prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Ele considera que a congressista repete a estratégia de Eduardo Bolsonaro, num plano para preparar a fuga do ex-mandatário.
“Pedi hoje tornozeleira eletrônica para Jair Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República (PGR). A Zambelli fugiu, o Eduardo fugiu, e a gente tem informação de que ele quer preparar uma fuga do pai para os Estados Unidos. Poderia pedir prisão preventiva, não pedi. Não quero antecipar o julgamento, quero apenas que não tenha fuga”, explicou Lindbergh.
O líder do PT ainda considerou que a citação ao Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na decisão de Moraes pela prisão de Zambelli é um reconhecimento de que os adversários “querem ir pra lá [fora do Brasil] para continuar atuando politicamente”.
O filho do ex-presidente está nos Estados Unidos desde fevereiro e tenta articular medidas do governo Donald Trump contra ministros do STF e outras autoridades brasileiras.
Lindbergh Farias acionou a Mesa Diretora da Câmara, solicitando a declaração da perda do mandato da deputada federal. Ele pede o cumprimento da decisão proferida pela Primeira Turma do STF, que condenou a parlamentar a 10 anos de reclusão em regime fechado. O processo ainda cabe recurso; por isso, a congressista respondia em liberdade.
“O STF, em conformidade com sua jurisprudência consolidada, firmou o entendimento de que, nessa hipótese, a perda do mandato é automática, cabendo à Mesa apenas declará-la formalmente, sem deliberação política ou discricionariedade, por tratar-se de ato meramente declaratório”, diz um trecho do pedido enviado pelo líder do PT.
O parlamentar continua: “Em que pese não tenha havido ainda o trânsito em julgado, por oposição de embargos declaratórios procrastinatórios, novos fatos de extrema gravidade foram tornados públicos após a condenação: a deputada Carla Zambelli evadiu-se do território nacional, encontra-se foragida e já declarou, em vídeo repercutido por diversos veículos da imprensa nacional, que não pretende retornar ao Brasil, frustrando a aplicação da lei penal e tornando ainda mais patente a absoluta incompatibilidade entre sua situação jurídica e o exercício da função parlamentar”.
Após deixar o Brasil, Zambelli afirmou que pediria licença do mandato e permaneceria na Itália. Dessa forma, seu suplente poderia assumir uma vaga na Câmara.